Questão conflituosa, os honorários profissionais são sagrados, conforme muitos juristas e colegas sabiamente nos falam.
Muito já foi dito a respeito do tema. Entretanto ele continua alvo de muitas acaloradas discussões processuais ou mesmo acadêmicas.
Andando lado a lado com outro tema, também muito discutido, a Ética, pode-se colocá-los em equilíbrio na sua importância para o bom exercício da advocacia.
A relação com o cliente, na prática, sofre uma espécie de revés, quando se arbitram os honorários, seja pelos profissionais ou mesmo por arbitro imparcial, que poderia ser um Juiz leigo ou togado.
Não há, na sociedade brasileira, uma cultura de que os honorários profissionais devidos a um advogado, são nada mais de um investimento, visto que a grande maioria das pessoas, os vê como um dispêndio (um gasto). E sempre são um exagero.
Se começarmos a análise pela consulta paga a um advogado, chegaremos a mesma conclusão acima. Entretanto, se fizermos a mesma análise, trocando a figura do advogado, pela do médico, a conclusão em 100% dos casos é diferente. É um investimento na saúde.
Imaginemos agora, o quanto não pouparia uma pessoa com médicos, se consultasse mais o advogado a cada negócio que fosse efetivar. Evitaria-se maiores dores de cabeça, ou mesmo outros problemas maiores de saúde.
É evidente que, por mais que tentemos, não chegaremos a uma solução hábil a mudar a cultura. Entretanto é prudente e coerente que se utilize o bom senso, como também se evite o patrocínio de causas por honorários aviltados.
Com a atitude dos colegas, no sentido de evitar o aviltamento dos honorários, poderá quem sabe, no futuro próximo, mudar-se a cultura do dispêndio para a do investimento.
Enfim, deixo aberta a discussão a respeito.