quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Golpe contra usuários cresce às vésperas do saque do FGTS

Publicado em 12/09/2019 , por MARTHA IMENES
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Criminosos virtuais usam retirada do benefício como chamariz para roubar dados pelo aplicativo

Rio - Os trabalhadores que têm direito ao saque de R$ 500 das contas ativas e inativas do FGTS estão ansiosos pela chegada da sexta-feira, quando começa a ser liberado o dinheiro. Mas atenção: Os golpistas também! Em apenas dois dias, mais de 130 mil pessoas foram atingidas por um dos golpes do FGTS no WhatsApp, segundo a PSafe, desenvolvedora de aplicativos de segurança digital.


O diretor do laboratório especializado em segurança digital da PSafe, Emilio Simoni, classifica o saque do FGTS como "uma temática que faz muito sucesso" entre os fraudadores. "Somente neste mês, foram 19 páginas criadas com o objetivo de roubar a senha do cartão cidadão e dados do PIS/Pasep dos brasileiros. Dessas, seis estão no ar neste momento, sendo enviadas via SMS e redes sociais", alerta Simoni.

As mensagens contêm perguntas como "Deseja sacar todo seu FGTS?" ou "Você sacou algum valor do FGTS nos últimos 3 meses?". Ao clicar no link sugerido, o usuário expõe seus dados e é induzido a compartilhar a mensagem com amigos.

Outra entidade que alerta para fraudes é a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor). Segundo a associação com a proximidade da data, o número de mensagens duvidosas circulando via WhatsApp, e-mail e SMS também vem crescendo. A entidade trabalha em cima de dois números, levantados por empresas ligadas à segurança digital, segundo Juliana Moya, especialista em relações institucionais da Proteste.

E isso ocorre porque os golpistas estão de olho no dinheiro que trabalhadores terão direito. Cálculos do governo apontam que os saques extraordinários do FGTS, junto com a liberação dos saldos do PIS/Pasep, podem injetar até R$ 30 bilhões na economia brasileira em 2019 e R$ 12 bilhões em 2020. Os contribuintes podem sacar até R$ 500 de cada conta do FGTS. Um trabalhador com uma conta ativa e outra inativa, por exemplo, pode receber até R$ 1 mil.

Em outro golpe, identificado pela Eset, empresa de segurança digital, são divulgadas informações falsas sobre um pagamento retroativo de R$ 1.760 do FGTS. A vítima é induzida a passar seus dados pessoais e a compartilhar o link.

O banco orienta que os trabalhadores busquem informações sobre FGTS disponíveis nos canais oficiais da Caixa na internet no endereço http://www.fgts.caixa.gov.br, no App FGTS ou no telefone 0800-726-0207, ou em suas agências. A Caixa alerta os trabalhadores contra golpes e informa que não envia links ou pede confirmação de dispositivo ou acesso à conta por e-mail, SMS ou WhatsApp", informa em nota.

Semana do Brasil também é isca para fraude

A Semana do Brasil, que vai até domingo, também pode ser usada como chamariz para fraudes. E para que os consumidores possam aproveitar melhor a data similar à Black Friday, é preciso redobrar a a atenção. Ao mesmo tempo em que há itens com preços bem acessíveis, existem falsas promoções e a ação de criminosos virtuais. Desconfiar de lojas virtuais que só oferecem boletos e ficar de olho nos preços, são as  dicas para quem vai comprar online.

"Desconfie de lojas que disponibilizam unicamente boleto bancário como forma de pagamento e não permitem pagamentos por cartão de crédito. Os e-commerces precisam cumprir uma série de exigências legais para poderem receber transações por cartão, um processo que seria extremamente oneroso para um fraudador", afirma Tom Canabarro, cofundador da Konduto.

"O ideal é iniciar a pesquisa dos produtos de interesse dias antes do período de promoção, desta forma você consegue acompanhar as quedas de preço com mais precisão e ver se realmente vale a pena", acrescenta Fabio Carneiro, cofundador do Promobit.

Anúncios falsos de lojas populares no Facebook

Outros chamariz para fraude são anúncios de lojas populares no Facebook, informa a Proteste, que vem recebendo, diariamente, ligações de consumidores que realizaram compras utilizando links de anúncios nas redes sociais e acabaram no prejuízo.

"Muitos desses anúncios, principalmente aqueles com as ofertas muito vantajosas, tratam-se de fraude. Com frequência, inclusive, o golpe é feito utilizando nomes e logotipos idênticos, ou muito semelhantes, a grandes marcas, como Americanas.com ou Mercado Livre. Depois de realizado o pagamento, normalmente em boleto ou débito em conta, é muito difícil identificar os responsáveis e recuperar o seu dinheiro", informa a Proteste.

A dica da associação? "Não acredite em ofertas milagrosas ou com valores muito abaixo do mercado. Além disso, faça a compra acessando diretamente o site oficial da loja e jamais pelo link informado no anúncio. Também é importante pesquisar o histórico das reclamações de outros consumidores pela internet".


Fonte: O Dia Online - 11/09/2019

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