Acostumado ao luxo, o ex-banqueiro brasileiro Salvatore Cacciola foi preso no sábado, na rua, em horário de grande movimento, no ponto mais badalado do Principado de Mônaco. Sua identificação pela polícia foi possível por meio de um formulário preenchido no hotel em que estava hospedado. A detenção do foragido número 1 da Justiça brasileira aconteceu às 11h30 na Place du Casino, junto ao Cassino e à Avenida de Monte Carlo. Cacciola foi abordado na praça por oficiais da Sûreté Publique, a polícia de Mônaco, que lhe comunicaram a detenção. O ex-banqueiro não reagiu. Solicitada pela polícia, a informação do registro foi comparada com o banco de dados de foragidos da Interpol, no qual sua prisão consta como prioritária. Ao identificar o empresário, os agentes descobriram o pedido internacional de prisão de número 36.868/2000, chamado "Notícia Vermelha", ou "Difusão Vermelha", pela Interpol, no qual o governo brasileiro solicitava a 186 países sua prisão imediata. Tão logo a identificação foi feita, a Sûreté Publique contatou a sede da Interpol, em Lyon, informando da prisão iminente. O ex-banqueiro é considerado foragido desde 2000, quando foi acusado pela Justiça brasileira de crimes de gestão fraudulenta, corrupção passiva e peculato durante a crise cambial do real em 1999. À época, os gestores dos bancos Marka (do qual Cacciola era proprietário) e FonteCindam causaram, conforme indica o processo judicial, um prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao Banco Central. O empresário chegou a ser preso preventivamente, mas fugiu do Brasil após ser libertado pela Justiça. Desde então, ele vivia em Roma, em um hotel de sua propriedade, com vista para o Coliseu.
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