quinta-feira, 18 de junho de 2015

Máquinas e construção civil já ameaçam demitir 630 mil

Setores que terão elevação de tributo com a nova alíquota do programa de desoneração da folha de pagamento ameaçaram com uma avalanche de demissões nesta quarta-feira (17).

Apenas dois segmentos –máquinas e equipamentos e construção civil– projetaram o corte de 630 mil trabalhadores por causa da medida e da recessão da economia.

Até o fechamento desta edição, a medida estava em votação no Congresso. A redução dos benefícios gerados pela desoneração da folha de pagamentos é um dos principais pilares do ajuste fiscal promovido pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda).

Os fabricantes de máquinas e equipamentos estimaram que vão demitir 150 mil pessoas no segundo semestre do ano.

O número representa 43% da força de trabalho do setor, que chega a 350 mil pessoas. Também é muito elevado em comparação com as 35 mil vagas fechadas pelo setor no último um ano e meio.

"É um descalabro. Estão matando e enterrando a indústria nacional", disse Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, entidade que reúne os fabricantes de máquinas. Ele afirmou que o grande volume de demissões se justifica porque muitas empresas devem fechar as portas.

O setor de máquinas, que foi incluído nas desonerações em 2012, paga hoje 1% do seu faturamento para a Previdência Social. Agora o governo está propondo elevar a alíquota para 2,5%.

Segundo Pastoriza, o aumento anula os benefícios que o setor recebeu. Ele calcula que, em média, a desoneração da folha de pagamentos represente um aumento de 2,5% na margem de lucro das empresas. Antes da medida, o setor pagava o equivalente a 20% da folha de pagamento para o INSS.

Na construção civil, a previsão é demitir 480 mil pessoas neste ano, o que significa 14% dos 3,3 milhões de empregos gerados pelo setor. Se a projeção se confirmar, o setor terá fechado 750 mil vagas em dois anos.

RECLAMAÇÃO

"Esse problema está sendo provado pela crise econômica, mas a redução da desoneração da folha agrava a situação", diz José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sinduscon-SP.

Os empresários reclamaram duramente de um acordo entre os partidos da base aliada, que beneficiaria quatro setores: comunicação (que inclui empresas jornalísticas), transportes, call center e cesta básica.

Pela negociação, esses setores teriam um aumento menor das alíquotas.

"É um absurdo poupar esses setores, porque eles não sofrem com concorrência externa. Foram agregados à desoneração da folha por conveniência política", diz Pastoriza, da Abimaq.

Para Ferraz Neto, do Sinduscon, "não dá para entender a lógica de escolha desses setores". Levy se manifestou contrário ao acordo selado no Congresso e disse que nenhum setor deveria ser poupado (leia abaixo). 

Fonte: Folha Online - 18/06/2015

Gilberto Braga: Poupança agora perde da inflação

O poupador recebe apenas 75% da inflação, perdendo 25% do que investiu

Rio - A caderneta de poupança vem perdendo recursos no sistema bancário, o que significa que tem mais gente sacando do que depositando. Certamente isso deve a duas grandes razões. A primeira é a dificuldade de as pessoas em manterem os seus gastos mensais sob controle, diante do aumento dos preços da economia, sendo necessário recorrer aos saques da caderneta para fechar as contas. O segundo motivo é a perda de rentabilidade da poupança, fazendo com que muitos investidores a troquem por aplicações financeiras mais atraentes. 

Para ilustrar a perda de atratividade da caderneta, bastar observar que no acumulado de 12 meses, conforme dados da Economática, ela perdeu até da inflação, em 1,06%. Se computarmos os cinco primeiros meses de 2015, a perda é de 2,15%. 

Quando o governo mexeu nas regras de remuneração, os preços estavam relativamente controlados e os ganhos da caderneta eram competitivos, superando em remuneração algumas formas de renda fixa existentes. Por ser simples e conhecida, não pagar Imposto de Renda, não precisar ir ao banco e ter garantia do governo, o povão sempre acreditou e apostou na poupança. 

Agora a situação mudou. Muita gente está migrando para o Tesouro Direto e fundos de renda fixa, porque, com toda razão, não aceita a derrapada do governo de deixar a caderneta render menos que a inflação. Já deviam ter mexido na regra, mas estão cochilando. 

Como disse uma leitora da coluna por e-mail, a remuneração da poupança está tão baixa que ela até largou o conforto do banco pela internet e foi até a agência bancária, pela primeira vez neste ano, ouvir a ladainha do gerente para trocar de aplicação financeira.

Gilberto Braga é Professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral

Fonte: O Dia - IG Notícias - 17/06/2015

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